POLÍTICA: Gás tóxico expulsa população de sessão da Câmara.
Atualizado: 21 de mar. de 2024
População lota sessão, que é esvaziada após agressão anônima com gás tóxico supostamente inserido em sistema de ventilação do plenário. Autoridades apuram o fato.
por Vincenzzo Santini
A Câmara é o espaço do povo!
Essa ideia que pressupõe democracia plena com a participação popular foi desmontada ontem (19/03) durante sessão de Câmara Ordinária que contou a participação ampla da população.
Presentes à sessão estavam moradores da região do Araçá, psicólogos que defendiam a aprovação de uma medida que beneficiaria a categoria e também manifestantes contrários à exportação de carga viva através do Porto de São Sebastião.
Uma sessão atipicamente lotada pela população e vereadores que claramente não estão acostumados à pressão popular constante, foi esvaziada subitamente quando o ar se tornou tóxico.
A população se assustou enquanto o ar ia se tornando cada vez mais irrespirável.
A única saída para a população: -uma porta pequena na parte dos fundos do plenário se tornou o único caminho para o ar saudável na parte de fora.
Rapidamente e se amontoando, a população esvaziou o plenário, enquanto alguns vereadores ainda estavam sentados em seus lugares sem saber o que fazer.
A guarda municipal presente se ocupou em retirar os vereadores do plenário.
A sessão foi interrompida e a população aguardou do lado de fora do prédio até que a situação se atenuasse.
Um cenário de tumulto se formou do lado de fora da Cãmara quando em primeiro os policiais militares e após uma unidade do SAMU seguidos de um carro de bombeiros tomaram as ruas em meio à multidão que se formou em frente à Câmara.
Os cidadãos mais atingidos pela substância tóxica foram atendidos pelos paramédicos que não registraram casos graves.
Entre as pautas do dia, uma em especial mobilizou a maior parte da população presente, munidas de faixas e cartazes e se manifestando verbalmente contra o projeto.
É o projeto de lei de autoria do executivo que vem sendo acusado de ser "higienista" pois visa desapropriar parte habitada por moradores que se recusam a deixar a área para que um projeto de "embelezamento da orla" seja executado.
Os moradores do Araçá pedem que os vereadores rejeitem o Projeto do Executivo que tramita desde a semana passada na Câmara.
De acordo com os moradores, os chamados territórios tradicionais são protegidos por lei. “Estamos pedindo respeito aos povos tradicionais caiçaras”, disse uma moradora.
Segundo informações apuradas, os movimentos estão se articulando para uma ação cívil pública junto ao Ministério Público para que o "ato criminoso" seja devidamente investigado e apurado.
A matéria foi retirada de pauta após a retomada das atividades parlamentares.
A previsão é que a matéria seja votada na próxima terça-feira em nova sessão.
Até o momento não tivemos maiores informações sobre o ocorrido por parte da assessoria da Câmara Municipal e colocamos nossa reportagem à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais à população por parte das autoridades.
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